A Sonda Solar Parker da NASA chegou muito perto de Vênus durante seu voo em julho de 2020.
Na verdade, depois dos cientistas analisarem todos os dados inestimáveis coletados durante sua viagem, eles descobriram que a pequena sonda realmente chegou dentro dos da atmosfera extremamente densa do planeta quente.
A sonda chegou tão perto — apenas 832 km da superfície — que captou o que parecem ser emissões naturais de rádio, como detalhado em um artigo publicado esta semana na revista Geophysical Research Letters.
Os pesquisadores esperam usar os dados para obter novas percepções sobre como Vênus evoluiu para uma efera giratória de gases quentes, apesar de seu tamanho e estrutura semelhantes à Terra. Seu ambiente hostil a torna extremamente difícil de estudar, fazendo com que qualquer visão seja muito excitante.
Os resultados da nova pesquisa mostram como a atmosfera do planeta muda ao longo do ciclo de atividade de 11 anos do Sol. O campo magnético do Sol vira completamente a cada 11 anos, fazendo com que seus polos se invertam.
As atividades poderosas na superfície do Sol também aumentam ao longo do ciclo, com efeitos sendo sentidos aqui na Terra, incluindo auroras ou interrupções nas comunicações de rádio.
Um dos instrumentos científicos da sonda Parker, chamado FIELDS, captou sete minutos de sinais de rádio naturais e de baixa frequência durante seu sobrevoo na ionosfera de Vênus, a região da atmosfera superior de um objeto celeste que é ionizada pela radiação do Sol.
“Eu estava tão animado por ter novos dados de Vênus”, disse Glyn Gollison, principal autor do artigo, em um comunicado. “Então, no dia seguinte, acordei”, acrescentou. “E eu pensei: ‘Meu Deus, eu sei o que é isso!’”
Gollison reconheceu os sinais como os mesmos que foram coletados pelo orbitador Galileu da NASA, que voou por Júpiter e suas luas e terminou sua missão em 2003. As emissões naturais de rádio de Vênus eram surpreendentemente semelhantes aos sinais detectados quando Galileu voou através da ionosfera das luas de Júpiter.
Gollison e sua equipe compararam as emissões captadas por Parker no ano passado com os últimos dados disponíveis sobre a ionosfera de Vênus — leituras do Pioneer Venus Orbiter da NASA coletadas em 1992 há quase 30 anos.
Naquela época, o ciclo solar do Sol estava no seu máximo. Agora, com as observações da Sonda Solar Parker, podemos comparar as leituras a apenas seis meses após o último mínimo solar; o período menos ativo do ciclo solar.
A conclusão surpreendente: a ionosfera de Vênus diminui assim que o ciclo solar atinge seu mínimo, ecoando o efeito.
“Quando várias missões estão confirmando o mesmo resultado, uma após a outra, isso dá muita confiança de que o afinamento [da ionosfera] é real”, disse Robin Ramstad, coautor e pesquisador do Laboratório de Física Atmosférica e Espacial da Universidade do Colorado, Boulder, EUA, no comunicado.
É o ápice de décadas de coleta de dados. Enquanto o objetivo principal de Parker é chegar perto do Sol, seus muitos sobrevoos em outros planetas de nosso Sistema Solar mostram que há muitos mistérios a serem descobertos nos dados que ele reuniu.
Com a tecnologia atual não conseguiríamos parar esse asteróide
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