Manaus está investigando um possível caso de “fungo negro” em um paciente que veio à óbito. As informações são da Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas.
O paciente era um homem de 56 anos, morador de Manaus, que chegou a ser internado em 12 abril, no Hospital e Pronto-Socorro Dr. João Lúcio. Portador de diabetes tipo 2, ele foi transferido para o hospital da Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado (FMT), onde morreu em 16 de abril.
Ele estava com uma coceira no olho direito, que avançou com a infecção. Como o homem apresentou sintomas gripais, foi realizado um teste RT-PCR, que teve resultado negativo para Covid-19.
A investigação será concluída após análise de material coletado pelo Laboratório Central de Saúde Pública, que será enviado também para a Fundação Oswaldo Cruz, no Rio de Janeiro.
O que é a mucormicose?
Conhecido popularmente como “fungo negro”, o quadro mata mais de 50% dos acometidos. Muitos precisam passar por cirurgias mutilantes, que retiram partes do corpo afetadas pelo micro-organismo, como os olhos.
Embora os relatos vindos da Índia sejam preocupantes e precisem ser acompanhados de perto, especialistas entendem que eles não são motivo de grande alarme e é improvável que um cenário parecido se repita no Brasil ou em outros lugares do mundo.
“Essa situação local não constitui uma ameaça à saúde pública global”, tranquiliza o infectologista Alessandro Comarú Pasqualotto, professor da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre.
“A mucormicose não é algo que vai se espalhar pelo mundo”, concorda o também infectologista Flávio de Queiroz Telles Filho, professor da Universidade Federal do Paraná.
“Os fungos não são assassinos”, defende Pasqualotto, que também é membro da Confederação Europeia de Micologia Medicinal (micologia é a especialidade da biologia que estuda os fungos).
Ao lado dos animais, dos vegetais, dos protistas e das bactérias, os fungos constituem um dos reinos da natureza, como costumamos aprender na escola.
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