Coronavírus descoberto na Rússia pode infectar humanos e resistir a vacinas

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Uma equipe de pesquisadores da Universidade Estadual de Washington State (WSU), nos Estados Unidos, revelou que o Khhosta-2, vírus parente do Sars-CoV-2, pode infectar células humanas de maneira muito semelhante ao SARS-CoV-2.

O vírus encontrado em morcegos na Rússia, conhecido como sarbecovírus é da mesma subcategoria de coronavírus do SARS-CoV-2 e exibe “traços preocupantes”, de acordo com um novo estudo publicado na revista PLoS Pathogens nesta quinta-feira (22).

“Nossa pesquisa demonstra ainda que os sarbecovírus que circulam na vida selvagem fora da Ásia – mesmo em lugares como o oeste da Rússia, onde o vírus Khosta-2 foi encontrado – também representam uma ameaça à saúde global e às campanhas de vacinas em andamento contra o SARS-CoV-2”, disse Michael Letko, virologista da WSU.

Descoberta do vírus

Os vírus Khhosta-1 e Khhosta-2 foram descobertos em morcegos-ferradura perto do Parque Nacional de Sochi, na Rússia, em 2020, e inicialmente não pareciam ser uma ameaça ao seres humanos. Ambos os vírus são geneticamente parecidos com outros que foram descobertos em outras partes do mundo, mas como não se pareciam com o SARS-CoV-2, causador da COVID-19.

“Mas quando os examinamos mais, ficamos realmente surpresos ao descobrir que eles podem infectar células humanas. Isso muda um pouco nossa compreensão desses vírus, de onde eles vêm e quais regiões são preocupantes”, disse o virologista.

Os pesquisadores acreditam o novo vírus não possui alguns dos genes ligados ao desenvolvimento de doenças em humanos, mas existe o risco de que o Khosta-2 possa se recombinar com um segundo vírus, como o SARS-CoV-2.

Resistência a vacinas

Assim como o SARS-CoV-2, o vírus Khosta-2 pode usar sua proteína spike para infectar células ligando-se a uma proteína receptora, chamada enzima conversora de angiotensina 2 (ACE2), encontrada em todas as células humanas.

A equipe verificou se o vírus poderia escapar escapar da imunidade oferecida por infecções anteriores por coronavírus ou por vacinas contra COVID-19. Usando soro de pessoas infectadas com a variante Omicron, a equipe descobriu que seus anticorpos eram ineficazes contra esse vírus.

Eles também testaram soro derivado de pessoas vacinadas contra COVID-19 e descobriram que o Khosta-2 também não foi neutralizado pelas vacinas atuais. No entanto, o cientista disse que não é tão surpreendente que as vacinas contra a COVID-19 não possam impedir efetivamente o Khosta-2 de infectar células, dada a diferença entre os dois vírus.

Letko também observou que esses resultados são de experimentos de cultura de células, “portanto, não podemos dizer com 100% de certeza que essas respostas realmente imitam uma infecção real em uma pessoa”.

Segundo os cientistas, há a necessidade de desenvolver novas vacinas que não apenas tenham como alvo variantes conhecidas do SARS-CoV-2, como o Omicron, mas que protejam contra todos os sarbecovírus.

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