A Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará (Adepará) confirmou nesta quarta-feira (22) um caso de mal da vaca louca no interior do estado. O órgão não especificou o município, informando apenas que o caso ocorreu numa pequena localidade no sudeste paraense, numa propriedade com 160 cabeças de gado.
Segundo a agência, a propriedade já foi isolada, inspecionada e interditada preventivamente. Amostras foram enviadas a um laboratório no Canadá para verificar se a ocorrência se trata de um caso clássico, em que há transmissão de um animal para outro, ou atípico, em que a doença se desenvolve de forma espontânea na natureza, geralmente em animais idosos.
Mas afinal, o que é a doença da vaca louca? Neste artigo, vamos entender melhor as causas, sintomas e formas de prevenção dessa doença.
O que é a doença da vaca louca?
A doença da vaca louca é uma doença neurodegenerativa que afeta o sistema nervoso central dos animais, causando a morte das células cerebrais e deixando o tecido cerebral com um aspecto esponjoso, por isso o nome de encefalopatia espongiforme bovina.
A doença surgiu na década de 1980, principalmente na Inglaterra, e sua origem ainda é desconhecida. Alguns cientistas acreditam que a doença possa ter sido causada pelo uso de ração contaminada com proteína animal infectada. Outra possibilidade é que a doença tenha surgido naturalmente em animais selvagens e depois se espalhado para animais domésticos.
Os últimos casos de vaca louca registrados no Brasil em animais ocorreram em 2021, em Minas Gerais e no Mato Grosso. Além de bois e vacas, a doença acomete búfalos, ovelhas e cabras.
A doença da vaca louca pode afetar humanos?
A resposta é sim. O consumo de carne contaminada com o príon, molécula de proteína sem código genético, causador da doença da vaca louca, pode provocar a variante da doença de Creutzfeldt-Jakob em humanos. A doença é extremamente rara, mas pode ser fatal, afetando o sistema nervoso central humano e causando sintomas como perda de memória, dificuldade para se movimentar, alterações de humor, entre outros.
Os primeiros casos da variante da doença de Creutzfeldt-Jakob em humanos surgiram na década de 1990, na Inglaterra, e foram associados ao consumo de carne contaminada com o príon causador da doença da vaca louca. Desde então, foram adotadas medidas de prevenção e controle da doença da vaca louca em todo o mundo, incluindo a proibição do uso de ração contaminada e a inspeção rigorosa da carne em abatedouros.
Até hoje, o Brasil não registrou casos clássicos de vaca louca em humanos, provocado pela ingestão de carnes e pedaços de ossos contaminados.
Prevenção da doença da vaca louca
A prevenção da doença da vaca louca envolve medidas de controle da doença nos animais e na cadeia produtiva da carne. Algumas das principais medidas incluem:
- Proibição do uso de ração contaminada com proteína animal infectada
- Inspeção rigorosa da carne em abatedouros
- Controle da movimentação de animais infectados e abate de animais doentes
- Restrição de doações de sangue e transplantes de órgãos de pessoas que possam ter sido expostas à doença
Conclusão
A doença da vaca louca é uma doença grave que afeta o sistema nervoso central dos animais e pode ser transmitida para humanos através do consumo de carne contaminada. Embora a doença seja rara, sua gravidade exige medidas de prevenção e controle em toda a cadeia produtiva da carne.
A adoção de medidas de controle e prevenção, como a proibição do uso de ração contaminada e a inspeção rigorosa da carne, tem sido eficaz na redução da incidência da doença em todo o mundo. É importante que governos, produtores e consumidores continuem atentos à doença e trabalhem juntos para garantir a segurança da cadeia produtiva da carne e a saúde pública.