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Riscos de “vírus zumbis” descongelados do permafrost

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Com o aquecimento global e o degelo de regiões que estiveram congeladas por centenas de milhares de anos, a espécie humana enfrenta novos desafios. Além da preocupação com o aumento do nível do mar e o desaparecimento de espécies animais, há também o risco de vírus zumbis, como foi descoberto por cientistas da Universidade Aix-Marseille, na França.

Os pesquisadores identificaram um vírus com 48,5 mil anos de idade, localizado 16 metros abaixo da superfície na Sibéria. Quando descongelado, o patógeno milenar “ressuscitou” e infectou uma ameba em laboratório. Essa descoberta alerta para o risco da liberação desses patógenos, que já está ocorrendo “naturalmente” em alguma escala.

Liderado pelo cientista Jean-Michel Claverie, o grupo foca na identificação de vírus gigantes, informalmente apelidados de zumbis. Eles têm dimensões maiores que os outros vírus e podem ser analisados em microscópios simples. Os cientistas coletaram amostras de diferentes pontos da Sibéria e de regiões próximas.

Durante a expedição mais recente, foram identificadas cinco famílias de vírus, sendo que quatro delas são completamente novas para a ciência. A mais antiga já havia sido descoberta em pesquisas anteriores lideradas por Claverie. Entre os novos vírus, há uma nova cepa de Pithovirus e as famílias Pandoravirus, Cedratvirus, Megavirus e Pacmanvirus, todos infectando amebas.

Apesar da diversidade desses vírus zumbis, tanto em sua estrutura de partículas quanto em seu modo de replicação, ainda não se sabe quanto tempo eles podem permanecer infecciosos uma vez expostos a condições externas, como luz ultravioleta, oxigênio e calor. Além disso, a probabilidade de encontrar e infectar um hospedeiro adequado ainda é impossível de estimar.

A descoberta dos vírus zumbis descongelados alerta para o risco de ressurgimento desses agentes infecciosos dormentes. Os patógenos que habitam o permafrost podem ser um risco para as mais diferentes formas de vida que habitam a Terra hoje. No entanto, existem diferentes variantes que podem impedir a capacidade de infectar seres mais complexos, como humanos ou animais.

Os cientistas querem entender quais podem ser os impactos do ressurgimento desses agentes infecciosos e alertar para este risco. É importante lembrar que o degelo e a liberação desses patógenos já estão ocorrendo “naturalmente” em alguma escala, por isso é fundamental estarmos preparados e conscientes desses riscos.

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