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Cafeína no sangue pode reduzir risco de diabetes tipo 2

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Um estudo recente publicado na revista BMJ Medicine sugere que altos níveis de cafeína no sangue podem contribuir para a redução da gordura corporal e do risco de desenvolver diabetes tipo 2. Essa descoberta aponta para o potencial benéfico de bebidas ricas em cafeína, como o café, na prevenção de obesidade e condições associadas.

A relação entre consumo de café e menor risco de diabetes

Estudos anteriores já demonstraram que o consumo diário de três a cinco xícaras de café sem açúcar, uma fonte rica em cafeína, está relacionado a um menor risco de diabetes tipo 2 e doenças cardiovasculares. No entanto, a maioria desses estudos é observacional e não estabelece uma relação direta de causa e efeito, devido a outros fatores que podem influenciar os resultados.

Randomização mendeliana: uma abordagem estatística inovadora

Para contornar esse obstáculo, os pesquisadores empregaram a randomização mendeliana, uma técnica estatística que utiliza variantes genéticas como proxies para fatores específicos (neste caso, níveis sanguíneos de cafeína) a fim de fornecer evidências que sustentem um resultado (neste estudo, peso e risco de diabetes tipo 2). Os cientistas analisaram o papel das variantes genéticas dos genes CYP1A2 e AHR em quase 10.000 pessoas participantes de seis estudos de longa duração.

Genes, metabolismo da cafeína e resultados

Os genes mencionados estão relacionados à velocidade com que a cafeína é metabolizada no corpo. A análise revelou que níveis mais elevados de cafeína no sangue estavam associados a um menor índice de massa corporal (IMC), menos gordura corporal e menor risco de diabetes tipo 2. No entanto, os pesquisadores admitem algumas limitações no estudo, como o uso de apenas duas variantes genéticas e a inclusão exclusiva de pessoas de ascendência europeia.

Cafeína e seu impacto no metabolismo e apetite

Apesar das limitações, os pesquisadores destacam que a cafeína é conhecida por aumentar o metabolismo, a queima de gordura e reduzir o apetite, o que pode explicar os resultados encontrados. Eles estimam que a ingestão diária de 100mg de cafeína pode elevar o gasto de energia em aproximadamente 100 calorias por dia, reduzindo, assim, o risco de obesidade. A randomização mendeliana indica que a cafeína pode, pelo menos parcialmente, justificar a associação inversa entre o consumo de café e o risco de diabetes tipo 2.

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