A especulação e o fascínio pelos universos paralelos têm sido temas recorrentes tanto na ficção científica quanto na filosofia. Mas, qual é a posição da ciência em relação a essa ideia instigante?
A teoria do Big Bang é a explicação científica mais amplamente aceita para o início do universo. Essa teoria descreve o universo como tendo começado a partir de um único ponto extremamente quente e denso, conhecido como singularidade, há aproximadamente 13,8 bilhões de anos. Desde então, o universo tem se expandido e esfriado, dando origem a galáxias, estrelas, planetas e, eventualmente, à vida como a conhecemos.
Há várias evidências que sustentam a teoria do Big Bang. Algumas das mais importantes são:
A teoria do multiverso é uma das que tentam abordar a questão dos universos paralelos. Essa teoria propõe que existem múltiplos universos coexistentes, cada um com suas próprias leis da física e características singulares. Segundo essa ideia, nosso universo seria apenas um entre muitos.
A força gravitacional é uma das quatro forças fundamentais do universo, juntamente com o eletromagnetismo, a força nuclear fraca e a força nuclear forte. A gravidade é a força que mantém planetas, estrelas e galáxias unidos e é responsável pela formação de estruturas cósmicas. Compreender a gravidade é crucial para entender a natureza do espaço-tempo e a possibilidade de dimensões extras e universos paralelos.
Albert Einstein revolucionou nossa compreensão da gravidade com sua Teoria da Relatividade Geral, publicada em 1915. Nesta teoria, a gravidade não é uma força que atua diretamente entre dois objetos, mas sim uma curvatura do espaço-tempo causada pela presença de massa e energia. A Teoria da Relatividade Geral tem sido confirmada por várias observações e experimentos e é a base da nossa compreensão atual da gravidade.
A Teoria das Cordas é uma abordagem teórica que busca unificar todas as forças fundamentais, incluindo a gravidade, em uma única estrutura coerente. Segundo essa teoria, todas as partículas e forças são manifestações de “cordas” unidimensionais vibrando em diferentes frequências. A Teoria das Cordas é uma tentativa de reconciliar a física quântica, que descreve o comportamento das partículas subatômicas, com a Teoria da Relatividade Geral, que descreve a gravidade.
Uma das características mais intrigantes da Teoria das Cordas é a necessidade de dimensões extras além das três dimensões espaciais e uma dimensão temporal que conhecemos. Dependendo da versão da Teoria das Cordas, podem ser necessárias até 11 dimensões para a consistência matemática da teoria.
Essas dimensões extras são geralmente compactadas em escalas muito pequenas, conhecidas como “dimensões compactas”, que estão além da nossa percepção direta. No entanto, a presença dessas dimensões extras tem implicações significativas para a possibilidade de universos paralelos e realidades alternativas.A existência de dimensões extras na Teoria das Cordas abre caminho para a possibilidade de universos paralelos, onde diferentes combinações de dimensões dão origem a diferentes realidades. Além disso, a Teoria das Cordas permite a existência de “branas” (membranas multidimensionais) que podem abrigar universos separados. Esses universos podem ter suas próprias leis da física e características distintas, levando à ideia de um “multiverso” onde múltiplos universos coexistem.
A física quântica, que estuda o comportamento das partículas subatômicas, é conhecida por suas propriedades peculiares e contra-intuitivas. Um dos aspectos mais intrigantes é a superposição, na qual as partículas podem existir em vários estados simultaneamente até serem medidas. O físico austríaco Erwin Schrödinger ilustrou esse conceito com seu famoso experimento mental envolvendo um gato, que estaria vivo e morto ao mesmo tempo até que alguém observasse seu estado.
Nesse experimento, um gato é colocado em uma caixa fechada com um átomo radioativo, um detector e um frasco de veneno. Se o átomo decair, o detector dispara, quebrando o frasco de veneno e matando o gato. De acordo com a mecânica quântica, antes de abrir a caixa e observar o gato, ele está simultaneamente vivo e morto – em um estado de superposição.
Essa ideia levou à interpretação de muitos mundos da física quântica, proposta por Hugh Everett III. Segundo essa interpretação, a cada medição de uma partícula quântica que colapsa em um único estado, o universo se divide em múltiplos universos paralelos, nos quais a partícula assume diferentes estados e todas as possíveis combinações de estados são realizadas.
A inflação cósmica, teoria que sugere que o universo passou por uma rápida expansão logo após o Big Bang, pode também levar à possibilidade de universos paralelos. Essa rápida expansão teria gerado várias “bolhas” no espaço-tempo, cada uma delas originando um universo separado. Nesse cenário, nosso universo seria apenas uma dessas bolhas, e outras bolhas poderiam abrigar universos paralelos com suas próprias leis da física e características distintas. Alguns desses universos poderiam ser bastante similares ao nosso, enquanto outros seriam radicalmente diferentes.
Embora a possibilidade de universos paralelos seja instigante e fundamentada em teorias científicas, é crucial lembrar que ainda enfrentamos muitos desafios e limitações na pesquisa dessa área. Muitas das teorias mencionadas neste artigo ainda são altamente especulativas e carecem de evidências diretas.
A própria natureza dos universos paralelos dificulta seu estudo direto, uma vez que, por definição, estão fora do alcance de nossa observação. Dessa forma, a investigação de universos paralelos permanece um campo de estudo desafiador e emocionante, mas também repleto de incertezas e especulações.
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