A busca por água em Marte pode ter tido uma reviravolta intrigante. Segundo um estudo recentemente publicado na revista Science Advances, a presença de água na superfície marciana pode ser mais recente do que as estimativas anteriores sugeriam. O estudo baseia-se em observações feitas pelo rover Zhurong, um veículo explorador pertencente à Academia Chinesa de Tecnologia Espacial (CAST).
O rover Zhurong, durante sua exploração, encontrou dunas ricas em sal na superfície de Marte. Essas dunas apresentavam características como rachaduras e crostas, que, segundo os pesquisadores, poderiam ser indicativos de uma presença recente de água. Eles estimam que a água pode ter estado presente em algum momento entre 1,4 milhão e 400 mil anos atrás.
Durante esse período, Marte já se assemelhava bastante ao planeta que conhecemos hoje, com rios e lagos secos. Os sinais de água encontrados provavelmente são remanescentes de neve ou degelo que, combinados com o sal, resultaram nas características observadas nas dunas.
“Acreditamos que a quantidade de água pode ter sido mínima, possivelmente não mais do que uma fina camada superficial”, explica Xiaoguang Qin, um dos coautores do estudo. A equipe não detectou água diretamente, seja na forma de geada ou gelo. No entanto, simulações computacionais e observações de outras missões em Marte sugerem que, em determinadas épocas do ano, as condições podem ser favoráveis à existência de água.
Lançado em 2020, o rover Zhurong, cujo nome homenageia uma divindade do fogo na mitologia chinesa, chegou a Marte em 2021. Ele passou um ano explorando o planeta vermelho antes de entrar em hibernação em maio do ano passado, tendo operado por mais tempo do que o planejado e percorrido quase dois mil metros.
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