Um estudo recente indicou que a Ritalina, medicamento popularmente usado para o tratamento do Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH), não melhora a performance acadêmica de indivíduos que não têm o transtorno. Esta descoberta surge num momento em que o uso desse tipo de medicação se torna cada vez mais comum entre estudantes que procuram melhorar a concentração e o rendimento nos estudos.
A escassez do medicamento nas farmácias americanas no início de 2023, com a Novartis indicando um pico de procura no final de 2022, coincidiu com a época dos grandes vestibulares nos Estados Unidos. A Ritalina e outros psicoestimulantes são adquiridos com a promessa de aprimorar a atenção e o foco durante provas e estudo.
A pesquisa analisou o impacto de três psicoestimulantes populares: metilfenidato (a Ritalina), dexanfetamina e modafinil. Os voluntários realizaram a mesma tarefa quatro vezes, cada vez sob a influência de um dos medicamentos ou de um placebo.
Os participantes tinham que selecionar itens de diferentes pesos e valores e colocá-los em uma mochila virtual, buscando maximizar o valor total sem ultrapassar um peso específico. Apesar de dedicarem mais tempo e esforço à tarefa quando tomaram um dos remédios, os participantes tiveram um desempenho pior em comparação ao placebo.
Segundo os pesquisadores, as “drogas inteligentes” parecem aumentar a motivação, mas o esforço de menor qualidade resulta em uma pior resolução de problemas complexos. A sensação de eficiência relatada por alguns usuários pode ser confundida com o aumento na motivação para trabalhar.
Importante ressaltar que, enquanto o uso indevido desses medicamentos pode não trazer os benefícios esperados, eles desempenham um papel crucial no tratamento de indivíduos com TDAH.
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