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Após 500 anos congelada, rosto da ‘Donzela do Gelo’ é revelado

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Em um avanço extraordinário que une arte, ciência e tecnologia, o rosto de uma jovem mulher Inca, sacrificada há 500 anos, foi trazido de volta à vida. Conhecida como Juanita, a “Donzela do Gelo”, seus restos mortais foram encontrados em uma notável condição preservada no cume do vulcão Ampato nos Andes em 1995.

A iniciativa, que mistura sensibilidade artística com precisão científica, é fruto da colaboração entre o artista sueco Oscar Nilsson e uma equipe de especialistas do Centro de Estudos Andinos da Universidade de Varsóvia e da Universidade Católica de Santa María. O projeto desembocou na revelação da reconstrução 3D de Juanita, peça central de uma nova exposição no Museu Santuários Andinos no Peru, que detalha a vida e os rituais da civilização Inca.

Foto: Oscar Nilsson

Pesquisas sugerem que Juanita tinha entre 13 e 15 anos quando encontrou seu destino após um violento golpe na cabeça, uma prática comum nos sacrifícios rituais Incas. Vestida com roupas cerimoniais e acompanhada de objetos de alto valor, a jovem foi uma das muitas oferendas humanas — escolhidas por sua pureza e beleza — nas cerimônias de capacocha, conduzidas com o intuito de apaziguar os deuses e proteger a comunidade de desastres naturais.

A descoberta de Juanita foi feita por Johan Reinhard e seu assistente Miguel Zarate. Durante a meticulosa investigação, os pesquisadores descobriram que Juanita e outras vítimas consumiram folhas de coca e ayahuasca, possivelmente para atenuar a ansiedade antes do sacrifício.

A reconstrução facial, um processo que levou seis meses e 400 horas de esforço dedicado, foi realizada utilizando a tomografia computadorizada do crânio de Juanita e outras análises científicas. O resultado é uma representação hiperrealista que “nos dá a impressão de olhar para uma pessoa viva”, nas palavras emocionadas da Dra. Dagmara Socha, bioarqueóloga e curadora da exposição.

Uma reconstrução 3D da Donzela do Gelo está agora em exibição em uma nova exposição no Museu dos Santuários Andinos em Arequipa, Peru. (Crédito: Dagmara Socha)

A exposição é uma oportunidade para o público em geral conectar-se de forma íntima com o passado remoto dos Incas. Complementando a experiência, os visitantes podem embarcar em uma jornada virtual pelas estradas incas até os tambos nas encostas dos vulcões Chachani, Misti e Pichu Pichu, usando óculos de realidade virtual, seguindo os passos do ritual de capacocha.

Este projeto não apenas desvenda aspectos da vida e crenças Incas, mas também retoma a identidade de uma jovem mulher que viveu e morreu sob circunstâncias extraordinárias, agora imortalizada através dos avanços da ciência moderna.

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