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Cientistas chineses clonam macaco rhesus, espécie semelhante aos humanos

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Retro, um macaco rhesus clonado, é um marco na história da clonagem. Nascido em 16 de julho de 2020, Retro representa não apenas um avanço científico, mas também destaca os desafios e limites enfrentados neste campo da biotecnologia.

Mais de três anos após seu nascimento, Retro está saudável e forte, conforme informações de Falong Lu, um dos autores do estudo publicado na Nature Communications na última terça-feira (16/1). “Conseguimos o primeiro macaco rhesus clonado vivo e saudável, o que é um grande passo em frente que se tornou impossível ou possível”.

Este sucesso vem na esteira de outros avanços, como a clonagem de dois macacos cinomolgos em 2018, realizada pela mesma equipe de pesquisa.

O processo de clonagem, que usa a técnica de transferência nuclear de células somáticas (SCNT), a mesma usada para clonar a ovelha Dolly, enfrentou inúmeros desafios. A equipe chinesa realizou centenas de tentativas falhas antes de desenvolver um método que permitisse o crescimento normal do embrião clonado. De 113 embriões reconstruídos, apenas um levou ao nascimento de Retro.

“De certa forma, fizemos muito progresso no sentido de que, depois da Dolly, muitas espécies de mamíferos foram clonadas, mas a verdade é que a ineficiência continua a ser um grande obstáculo”, disse Miguel Esteban, investigador principal do Instituto de Biomedicina e Saúde de Guangzhou na Universidade Chinesa de Academia de Ciências.

O impacto desta pesquisa é significativo para o campo biomédico. A clonagem de primatas, que são mais próximos dos humanos do que os roedores comumente usados em laboratório, pode acelerar o desenvolvimento de tratamentos médicos e vacinas, incluindo a criação de vacinas contra a Covid-19. No entanto, as implicações éticas da clonagem de primatas são complexas e têm gerado debates intensos sobre o bem-estar animal.

A questão da eficiência na clonagem também permanece como um grande obstáculo. A baixa taxa de sucesso, conforme destacado por Miguel Esteban, pesquisador do Guangzhou Institute of Biomedicine and Health, ressalta a dificuldade técnica e as considerações éticas envolvidas, especialmente quando se trata de clonagem humana, considerada inaceitável e eticamente injustificável.

Retro, junto com Zhong Zhong e Hua Hua, os primeiros macacos cinomolgos clonados, vivem uma vida saudável. Isso sugere que a clonagem pode não limitar a expectativa de vida desses animais. Contudo, as implicações mais amplas desta tecnologia continuam sendo uma área de intensa investigação e debate.

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