Pressão em Cupertino: Apple enfrenta queda em vendas e concorrência chinesa

A Apple está programada para divulgar os resultados do seu segundo trimestre nesta quinta-feira (02), após o fechamento do mercado, em um momento em que a gigante da tecnologia luta com desafios de crescimento. As dificuldades são atribuídas, em parte, a uma desaceleração nas vendas na China e ao interesse reduzido dos consumidores em adquirir a mais recente linha de iPhones.

Analistas prevêem números de vendas inferiores para o trimestre que terminou em 31 de março, apesar da Apple ter superado as expectativas nos últimos quatro trimestres consecutivos. O relatório marca o primeiro desde o lançamento do Vision Pro, o mais novo produto da empresa e seu maior investimento em anos, um headset de realidade mista que custa US$ 3.499.

O Vision Pro foi lançado em um momento em que o mercado de realidade estendida (XR) — que inclui realidades aumentada, virtual e mista — mostra sinais de estagnação, com pouca adoção pelo consumidor. O dispositivo chegou ao mercado com aplicativos limitados, apesar de oferecer uma experiência incomparável para assistir a vídeos imersivos e interagir com o ambiente.

No entanto, a produção do headset foi recentemente reduzida em várias centenas de milhares de unidades, conforme atualização do analista da Apple, Ming-Chi Kuo. Ainda que seja improvável que a Apple divulgue o número específico de unidades vendidas do headset no último trimestre, espera-se uma atualização geral sobre seu desempenho.

Desafios na China

Problemas no mercado chinês têm sido um ponto particularmente delicado para a Apple. A empresa perdeu força no país devido ao aumento do nacionalismo, uma economia instável e a crescente concorrência de fabricantes locais como Huawei e Xiaomi. Estes últimos têm feito avanços significativos, atraindo consumidores que anteriormente considerariam comprar produtos da Apple.

Além disso, a queda global de 10% nas remessas de smartphones da Apple no primeiro trimestre deste ano foi um golpe duro, especialmente em um momento em que a Samsung reassumiu o posto de maior fabricante de smartphones do mundo, posição que a Apple ocupou brevemente no ano passado.

Com a ação da empresa negociada a menos de US$ 170, após ter atingido quase US$ 200 por ação no ano passado, todos os olhos se voltam agora para as estratégias futuras da Apple. Rumores indicam que a empresa pode buscar revigorar as vendas com o lançamento de ferramentas poderosas de IA em seus próximos produtos, que devem ser revelados na Worldwide Developers Conference em junho.