Um estudo recente publicado na revista Biology Letters revela que cobras-dado (Natrix tessellata ) que adotam efeitos dramáticos ao fingir morte, como sujar-se com suas próprias fezes e deixar sangue escorrer da boca, conseguem reduzir significativamente o tempo expostas ao perigo. Esta técnica de defesa diminui o período em que estão vulneráveis aos ataques de predadores.
A cobra-dado é uma cobra não venenosa encontrada em partes da Europa e Ásia. Vivendo principalmente próximo a rios, córregos e lagos, alimenta-se frequentemente de peixes. Às vezes, alimenta-se também de anfíbios como rãs , sapos e girinos. O ventre às vezes é colorido de amarelo ou laranja, com manchas pretas, muito semelhantes a dados, daí o nome.
A pesquisa foi conduzida por uma equipe da Universidade de Belgrado, Sérvia, liderada por Vukašin Bjelica, que visitou a ilha de Golem Grad, em um lago na Macedônia do Norte. Lá, os pesquisadores simularam ataques a 263 cobras-dado, observando suas reações e o tempo de duração do fingimento de morte.
Observou-se que as cobras que incorporaram sangramento pela boca em seu ato teatral passaram, em média, dois segundos a menos nesse estado. Em média, esses animais ficaram 24 segundos fingindo a própria morte. No entanto, outras cobras que não recorreram a todos os artifícios também apresentaram períodos reduzidos de fingimento de morte, o que pode ser influenciado por variáveis como temperatura, sexo e tamanho.
Os pesquisadores notaram que o comportamento de fingimento de morte é menos comum entre cobras juvenis e recém-nascidas de uma espécie similar, sugerindo que os riscos associados a esses comportamentos podem ser elevados para indivíduos mais jovens.
Segundo os cientistas, o ato de sujar-se com fezes torna a cobra menos apetitosa para o predador, enquanto o sangramento pela boca sinaliza a morte aparente, afastando o perigo. Acredita-se que o sangramento seja causado por um aumento na pressão sanguínea, resultante de altos níveis de hormônios de estresse.
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