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Sangue quente ou frio? Pesquisa desafia teorias sobre metabolismo dos dinossauros

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Uma nova pesquisa publicada na revista Current Biology desafia as teorias predominantes sobre o metabolismo dos dinossauros. O estudo sugere que três grupos principais de dinossauros se adaptaram de maneiras diferentes às mudanças de temperatura, indicando uma complexidade maior na forma como esses animais pré-históricos viviam e se comportavam.

Nos últimos trinta anos, estudos têm revelado que alguns dinossauros eram semelhantes a aves, possuindo penas e, possivelmente, a capacidade de gerar seu próprio calor corporal. Essas descobertas contradizem a visão tradicional de dinossauros como répteis lentos e que dependiam do sol para regular sua temperatura corporal.

A nova pesquisa analisou fósseis de 1.000 espécies de dinossauros e informações paleoclimáticas, mostrando que dois dos três grupos principais — os terópodes, como o T. rex, e os ornitísquios, como o Triceratops — poderiam ter desenvolvido endotermia, a capacidade de gerar calor internamente. Esses grupos conseguiram se expandir para climas mais frios durante o Período Jurássico, há cerca de 180 milhões de anos.

Por outro lado, os saurópodes, como o Brontossauro, permaneceram em regiões de latitudes mais baixas e climas mais quentes. Esses gigantes herbívoros aparentavam prosperar em ambientes áridos e com vegetação abundante. A pesquisa sugere que eles não desenvolviam endotermia devido ao risco de superaquecimento e à quantidade insustentável de plantas que teriam que consumir se fossem de sangue quente.

“(Esses animais) viviam em rebanhos e sabemos que cada um deles equivalia a 10 elefantes africanos. (Se tivessem sangue quente) simplesmente destruiriam a vida vegetal. Faz mais sentido, como animais vivos, que eles tenham mais sangue frio.”, disse o Dr. Alfio Alessandro Chiarenza, da University College London.

A pesquisa também gerou debates na comunidade científica. A cientista Jasmina Wiemann, do Field Museum of Natural History em Chicago, questionou os resultados, destacando que seu estudo anterior sugeria que os ornitísquios eram mais propensos a ser de sangue frio, enquanto os saurópodes seriam de sangue quente. Essas diferenças indicam a necessidade de mais estudos para compreender completamente a fisiologia dos dinossauros.

O estudo propôs que a habilidade de gerar calor corporal internamente pode ter surgido durante um período de aquecimento global provocado por atividade vulcânica, conhecido como Evento Jenkyns, há cerca de 180 milhões de anos. Esse desenvolvimento teria permitido que alguns dinossauros se adaptassem a climas mais frios, aumentando sua atividade, crescimento e taxa de reprodução.

Essas novas descobertas oferecem uma plataforma para futuras pesquisas e testes que poderão refinar nosso entendimento sobre a biogeografia e a fisiologia dos dinossauros.

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