Uma simulação conduzida pelo Instituto SETI (sigla em inglês para Search for Extraterrestrial Intelligence, que significa Busca por Inteligência Extraterrestre), organização dedicada à busca por vida extraterrestre, resultou na decodificação de um suposto sinal alienígena enviado ao planeta Terra. O experimento, denominado “Um Sinal no Espaço”, contou com a colaboração de cientistas e pessoas ao redor do mundo. Após quase um ano de esforços, o mistério foi desvendado por um time de pai e filha, Ken e Keli Chaffin.
O sinal foi transmitido em maio de 2023 pela espaçonave ExoMars Trace Gas Orbiter, da Agência Espacial Europeia, orbitando Marte. Ele foi captado por três observatórios terrestres: o Allen Telescope Array, na Califórnia, o Telescópio Green Bank, na Virgínia Ocidental, e a Estação de Rádio Astronomia Medicina, na Itália. O objetivo era simular o que ocorreria se a humanidade recebesse uma mensagem de uma civilização extraterrestre.
A análise inicial do sinal revelou um padrão visual composto por pixels brancos em fundo preto, descrito como agrupamentos em movimento que aparecem por frações de segundos. Após meses de testes e simulações matemáticas, os Chaffins identificaram que o padrão representava aminoácidos — moléculas essenciais para a formação da vida.
Embora a estrutura do sinal tenha sido decifrada, seu significado permanece em aberto. Daniela de Paulis, idealizadora do projeto, destacou que a iniciativa buscou reproduzir as dificuldades reais de interpretar uma mensagem extraterrestre sem qualquer feedback adicional. “Em um cenário real, estaríamos no escuro, sem confirmações ou negações. Teríamos que dar significado por conta própria”, afirmou.
A iniciativa também explorou os desafios culturais e científicos de uma colaboração global. Apesar das interpretações variadas, uma ideia chamou atenção: o sinal poderia representar a teoria da panspermia, que sugere a disseminação de componentes da vida através do espaço. “O sinal parece ilustrar moléculas como carbono, hidrogênio e oxigênio sendo transportadas e se unindo para formar vida”, comentou Ken Chaffin.
Enquanto o significado exato continua sendo debatido, o projeto segue estimulando a reflexão sobre o que seria necessário para compreender uma mensagem de origem extraterrestre. “Talvez nunca saibamos o que eles queriam dizer, mas o mais importante é que aprendemos a colaborar e a imaginar o futuro”, concluiu de Paulis.
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