Com o aumento dos casos de gripe aviária H5N1 em animais e humanos, autoridades de saúde em todo o mundo estão em alerta diante da possibilidade de uma nova pandemia. Apesar de o vírus não ser atualmente transmissível de humano para humano, uma mutação pode mudar esse cenário, e países como o Reino Unido já estão adotando medidas preventivas, incluindo a compra de 5 milhões de doses de vacina contra a gripe aviária.
O subtipo H5N1 da influenza A tem se espalhado amplamente entre aves selvagens e domésticas, afetando também outras espécies, como gado leiteiro nos Estados Unidos e cavalos na Mongólia. Desde o início deste ano, 61 casos de infecção humana foram registrados nos EUA, um número alarmante em comparação com apenas dois casos nos dois anos anteriores. A maioria das infecções ocorreu em trabalhadores rurais ou consumidores de leite cru.
Embora atualmente o vírus seja adaptado para infectar aves e apresente dificuldades para se ligar aos receptores siálicos humanos – uma característica essencial para sua transmissão entre pessoas –, um estudo recente revelou que uma única mutação em seu genoma poderia torná-lo capaz de se espalhar entre humanos. Essa possibilidade elevou o H5N1 à lista de prioridades de vigilância epidemiológica.
Além do impacto na saúde humana, o H5N1 já está causando grandes prejuízos na saúde animal e na economia global. O aumento da mortalidade em aves e outros animais ameaça o fornecimento de alimentos e gera perdas financeiras significativas em setores como o agropecuário.
Especialistas reforçam a importância do conceito de “saúde única”, que integra a saúde humana, animal e ambiental, como ferramenta essencial para combater surtos de doenças infecciosas. A vigilância contínua e a preparação são fundamentais para enfrentar riscos como o da gripe aviária e para prevenir impactos ainda maiores no futuro.