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A Nasa confirmou a marca de 6.000 exoplanetas — planetas localizados fora do sistema solar — em seu banco de dados oficial, administrado pelo Instituto de Ciência de Exoplanetas (NExScI), sediado no Caltech, em Pasadena, Califórnia. O número, atingido pouco mais de três décadas após a descoberta dos primeiros exoplanetas, reflete a aceleração das descobertas e a colaboração contínua entre cientistas de todo o mundo. Atualmente, mais de 8.000 candidatos aguardam confirmação.
Segundo Shawn Domagal-Goldman, diretor interino da Divisão de Astrofísica da Nasa em Washington, o marco simboliza “décadas de exploração cósmica impulsionada pelos telescópios espaciais da Nasa”, destacando que cada avanço aproxima a humanidade de responder a uma questão fundamental: “Estamos sozinhos?”. Ele ressaltou que missões futuras, como o Telescópio Espacial Nancy Grace Roman e o Observatório de Mundos Habitáveis, deverão liderar a próxima etapa na busca por mundos semelhantes à Terra.
A descoberta do primeiro exoplaneta em torno de uma estrela similar ao Sol ocorreu em 1995. Desde então, os avanços permitiram identificar uma grande variedade de mundos, incluindo gigantes gasosos em órbitas extremamente próximas de suas estrelas, planetas com atmosferas exóticas e até corpos cobertos por lava ou com nuvens compostas por cristais preciosos. Estudos indicam que planetas rochosos, semelhantes à Terra, podem ser mais comuns na galáxia do que se imaginava.
Dawn Gelino, chefe do Programa de Exploração de Exoplanetas (ExEP) da Nasa, ressaltou a importância da diversidade encontrada: “Cada tipo de planeta descoberto nos dá pistas sobre as condições em que mundos podem se formar e o quão comuns são os semelhantes à Terra”. A análise desses dados é considerada fundamental para a busca de vida fora do sistema solar.
Apesar dos avanços, a confirmação de novos exoplanetas ainda é um processo desafiador. Menos de 100 foram fotografados diretamente; a maioria é identificada por métodos indiretos, como o trânsito — quando um planeta passa diante de sua estrela, causando leve escurecimento observado pelos telescópios. Para validar um candidato, observações adicionais são necessárias, o que prolonga o tempo de confirmação.
Nos próximos anos, missões como a do telescópio Roman, equipado com o Roman Coronagraph, devem ampliar o alcance da exploração ao testar tecnologias de bloqueio da luz estelar, tornando visíveis planetas até então invisíveis. O objetivo final é alcançar a capacidade de identificar atmosferas em planetas rochosos com tamanho e temperatura semelhantes aos da Terra, buscando sinais de bioassinaturas.
O avanço tecnológico nessa área promete não apenas expandir o número de exoplanetas conhecidos, mas também oferecer pistas sobre a diversidade dos sistemas planetários e a possível existência de mundos habitáveis em nossa galáxia.
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