(Foto: NASA)
O gelo marinho do Ártico atingiu em 10 de setembro sua mínima extensão anual, totalizando 4,60 milhões de quilômetros quadrados, segundo a NASA e o Centro Nacional de Dados de Neve e Gelo. O valor empatou com o de 2008 e ficou em décimo lugar entre os menores já registrados. O resultado confirma a tendência de redução contínua da cobertura gelada no Hemisfério Norte, acompanhada por cientistas desde 1978.
De acordo com Nathan Kurtz, chefe do Laboratório de Ciências Criosféricas do Centro de Voos Espaciais Goddard da NASA, os dados reforçam a trajetória de declínio. “Embora a área de gelo marinho do Ártico deste ano não tenha atingido um nível recorde de baixa, ela é consistente com a tendência de queda”, afirmou. O recorde mínimo foi observado em 2012, em um cenário de aquecimento atmosférico aliado a padrões climáticos incomuns.
No Hemisfério Sul, o gelo marinho antártico ainda está em processo de acúmulo, aproximando-se de seu máximo anual. No entanto, os níveis continuam abaixo da média registrada antes de 2016. Kurtz ressaltou que o comportamento do gelo antártico é mais difícil de prever, devido à complexidade do sistema. Já o cientista Walt Meier, da Universidade do Colorado, destacou que ainda não é possível saber se a redução persistirá nos próximos anos.
A observação contínua das áreas geladas da Terra depende de uma série de satélites lançados ao longo das últimas cinco décadas. Entre eles, destacam-se o Nimbus-7 (1978–1987), o satélite Aqua da NASA e, mais recentemente, o ICESat-2, em operação desde 2018. Este último mede não apenas a extensão, mas também a espessura do gelo, ampliando o conhecimento sobre as mudanças nos polos.
Angela Bliss, chefe assistente do Laboratório de Ciências Criosféricas da NASA, ressaltou a importância da série histórica. “Chegamos a 47 anos de monitoramento contínuo da extensão global do gelo marinho por satélites”, afirmou. Segundo ela, trata-se de um dos registros mais longos e consistentes existentes, fundamental para compreender os impactos das mudanças climáticas no Ártico e na Antártida.
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