O telescópio Hubble da NASA recentemente capturou um fenômeno raro: um buraco negro supermassivo que deixou para trás um rastro estelar de 200 mil anos-luz. Este buraco negro, que pesa cerca de 20 milhões de sóis, é resultado de um jogo de bilhar galáctico entre três enormes buracos negros. Essa distância é o dobro do diâmetro da Via Láctea, de acordo com um estudo publicado na The Astrophysical Journal Letters.
Em vez de engolir as estrelas ao seu redor, este buraco negro está se transformando em gás para desencadear a formação de novas estrelas ao longo de um corredor estreito. Os astrônomos acreditam que estão vendo um rastro de estrelas recém-nascidas atrás do buraco negro, onde o gás esfria e é capaz de formar estrelas. Esse rastro é responsável por quase metade do brilho da galáxia hospedeira à qual o buraco negro está ligado.
Van Dokkum, da Universidade Yale nos EUA, e sua equipe realizaram espectroscopia de acompanhamento com o Observatório WM Keck, no Havaí, para visualizar a trilha estelar. Eles descobriram que o que o Hubble captou foi a consequência de um buraco negro voando através de um halo de gás ao redor da galáxia hospedeira.
Os astrônomos suspeitam que duas galáxias se fundiram há cerca de 50 milhões de anos, reunindo dois buracos negros supermassivos em seus centros. Esses fenômenos provavelmente giravam um ao redor do outro, como um buraco negro binário. Em seguida, uma terceira galáxia com seu próprio buraco negro supermassivo surgiu, levando a uma mistura de três buracos negros que resultou em uma configuração instável e caótica. Um dos buracos negros absorveu o momento dos outros dois, o que levou à sua expulsão da galáxia hospedeira.
A teoria dos astrônomos pode ser confirmada por um vulto no lado oposto da galáxia hospedeira, que pode ser o suposto buraco negro binário fugitivo. Sua localização fica em uma extremidade de sua galáxia-mãe e não há sinal de outro
buraco negro ativo remanescente no núcleo da galáxia, o que reitera a teoria. Essa descoberta é um grande avanço na compreensão da evolução das galáxias e dos buracos negros, além de fornecer mais evidências para a teoria de que as galáxias podem colidir e fundir, criando novos buracos negros supermassivos.
O telescópio espacial Hubble é responsável por inúmeras descobertas importantes sobre o universo, e essa última observação é uma das mais fascinantes até agora. Os cientistas da Nasa estão animados com a possibilidade de fazer mais observações com o Telescópio Espacial James Webb e o Observatório de Raios X Chandra, além de esperar pela visão de grande angular do Universo que será fornecida pelo próximo Telescópio Espacial Roman Nancy Grace.
Essas observações futuras podem ajudar a identificar mais dessas raras e improváveis ”faixas estelares” em outras partes do cosmos e fornecer informações valiosas sobre a evolução do universo. A descoberta de um buraco negro supermassivo voando através de um halo de gás ao redor da galáxia hospedeira é uma revelação empolgante e prova mais uma vez que o universo está cheio de mistérios fascinantes que estão esperando para serem descobertos.