A missão Lucy da NASA, dedicada à exploração espacial, compartilhou recentemente imagens extraordinárias do asteroide Dinkinesh, localizado no principal cinturão de asteroides entre Marte e Júpiter. Em um sobrevoo realizado no dia 1º de novembro, a sonda captou imagens que revelaram um aspecto surpreendente deste corpo celeste: o que inicialmente se pensava ser um asteroide menor orbitando Dinkinesh é, na verdade, um binário de contato, consistindo de duas rochas espaciais menores unidas.
As primeiras análises sugeriam que Dinkinesh estava acompanhado por um asteroide menor, porém, as observações subsequentes, obtidas na maior aproximação da sonda, a cerca de 425 quilômetros de distância, desvendaram a verdadeira natureza do acompanhante. Este fenômeno, segundo John Spencer, cientista adjunto do projeto Lucy no Southwest Research Institute, é bastante comum no sistema solar, mas é a primeira vez que se observa um binário de contato orbitando outro asteroide. Essa descoberta foi possível graças ao sistema de rastreamento terminal de Lucy, que localizou e manteve a rocha espacial em foco enquanto viajava a uma velocidade impressionante de 4,5 quilômetros por segundo.
Hal Levison, pesquisador principal do Lucy, expressou sua surpresa e curiosidade diante da descoberta, destacando o mistério em torno dos tamanhos semelhantes dos componentes do binário de contato.“Eu nunca teria esperado um sistema assim. Em particular, não entendo porque é que os dois componentes do satélite têm tamanhos semelhantes. Isso vai ser divertido para a comunidade científica descobrir”.
Tom Statler, cientista do programa Lucy da NASA, complementou essas observações, ressaltando a capacidade da grande ciência de levantar questões inesperadas e intrigantes. “É realmente maravilhoso quando a natureza nos surpreende com um novo quebra-cabeça”.
Além de investigar Dinkinesh, a missão Lucy tem como objetivo principal o estudo dos asteroides troianos ao redor de Júpiter, com um encontro planejado com o asteroide Donaldjohanson em 2025, seguido pela exploração dos troianos em 2027. Os asteroides são considerados fósseis do sistema solar, oferecendo uma janela única para compreender a formação de planetas gigantes.
A equipe da missão continua analisando os dados do sobrevoo, antecipando mais descobertas que poderão revelar segredos profundos sobre a história do nosso sistema solar.