Em uma conquista que parece saída de um filme de ficção científica, a Neuralink, empresa de neurotecnologia co-fundada por Elon Musk, realizou com sucesso o primeiro implante de um chip cerebral em um ser humano. Este evento marca um momento histórico na busca por soluções inovadoras para doenças e lesões neurológicas.
A autorização para o procedimento veio da Food and Drug Administration (FDA) dos Estados Unidos, que no ano passado deu luz verde para a empresa realizar seu primeiro ensaio clínico em humanos. O anúncio do sucesso do implante foi feito por Elon Musk em uma postagem na plataforma X nesta segunda-feira (29), destacando que o primeiro humano a receber o implante está se recuperando bem e mostrando resultados iniciais promissores na detecção de picos neuronais.
O dispositivo, batizado de “Telepatia”, representa um avanço significativo na interface cérebro-computador (BCI), com potencial para permitir que pessoas com tetraplegia, ou paralisia dos quatro membros, controlem dispositivos eletrônicos simplesmente com o pensamento. Este estudo tem o objetivo de avaliar a funcionalidade e a segurança da tecnologia, uma esperança para milhões de pessoas ao redor do mundo que vivem com condições que limitam severamente sua capacidade de interagir com o ambiente ao seu redor.
Desde setembro de 2023, a Neuralink já havia recebido aprovação de um conselho de revisão independente para iniciar o recrutamento para este teste pioneiro, focado inicialmente em pacientes com paralisia resultante de lesão da medula espinhal cervical ou esclerose lateral amiotrófica (ELA).
A tecnologia envolve o uso de um robô cirúrgico para implantar cuidadosamente o chip em uma região do cérebro que controla a intenção de movimento, com o objetivo inicial de permitir que os participantes do estudo controlem um cursor ou teclado de computador usando apenas seus pensamentos. Embora a Neuralink esperasse receber aprovação para implantar seu dispositivo em dez pacientes, negociações estavam em curso com a FDA para um número menor de participantes após a agência levantar preocupações de segurança.
Elon Musk tem grandes ambições para a Neuralink, vislumbrando um futuro em que a tecnologia possa tratar uma gama de doenças e condições, desde obesidade e transtorno do espectro autista até depressão e esquizofrenia. Contudo, mesmo que o dispositivo BCI se mostre seguro e eficaz para uso humano, especialistas indicam que ainda levará mais de uma década até que a startup obtenha autorização para uso comercial.