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Cientistas colocam câmeras em golfinhos. Veja o que eles registraram

Fabio Rocca by Fabio Rocca
09/11/2024
in AMBIENTE
Foto: Lilian Sander

Foto: Lilian Sander

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Pesquisadores da Marinha dos Estados Unidos realizaram um estudo inédito ao acoplar câmeras em seis golfinhos-nariz-de-garrafa (Tursiops truncatus) treinados, revelando imagens surpreendentes de suas caçadas e comportamentos alimentares. Esses golfinhos, que já atuam na identificação de minas submarinas e na proteção de arsenais navais, tornaram-se “cinegrafistas” aquáticos por um dia, proporcionando um vislumbre fascinante de suas rotinas na baía de San Diego, Califórnia. Assista o vídeo abaixo.

golfinho com camera acoplada no corpo

Caçadas e Comportamentos Surpreendentes

As câmeras capturaram os golfinhos em perseguições de alta velocidade atrás de diferentes presas, incluindo peixes como achigãs e linguados da Califórnia. O comportamento mais inesperado registrado foi a captura e ingestão de cobras-de-barriga-amarela-do-mar, conhecidas por seu veneno potencialmente neurotóxico. Este fato intrigou os cientistas, pois embora já se soubesse que os golfinhos brincam com as cobras, não havia registros anteriores de consumo.

As filmagens revelaram que os golfinhos utilizam principalmente a técnica de sucção para capturar suas presas, expandindo a garganta e abrindo os lábios para engolir o alimento, como se tivessem sugando um macarrão, em vez de adotar a abordagem de ataque rápido. Além disso, os vídeos registraram cliques de sonar quase constantes, que se intensificavam à medida que os golfinhos se aproximavam das presas, seguidos por um zumbido e um som de “grito” após a captura, indicando uma espécie de comemoração.

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golfinhos com camera acoplada no corpo

Vídeo

Comportamento Incomum

A pesquisadora Dianna Samuelson Dibble, da National Marine Mammal Foundation (NMMF), explicou que durante as caçadas, era possível ouvir o batimento cardíaco dos golfinhos nas filmagens. O estudo também notou que o consumo das cobras, observado em um dos golfinhos que ingeriu até oito exemplares, pode ser resultado de comportamento atípico devido à criação em cativeiro, sugerindo uma possível falta de experiência em se alimentar em grupo, como ocorre na natureza.

A descoberta foi publicada na revista científica PLOS ONE e contribui para a compreensão mais profunda das estratégias de caça e comportamento alimentar dos golfinhos, aspectos ainda pouco conhecidos. Essas descobertas trazem contribuições valiosas para a literatura científica e podem abrir portas para novas pesquisas sobre interações entre mamíferos marinhos e seus ambientes.

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